sexta-feira, 8 de abril de 2011

ABERTURA DAS OFICINAS REUNIU 50 PARTICIPANTES




No dia último dia 31 de março, os trabalhadores rurais de Mato Grosso ganharam uma nova ferramenta de trabalho e luta por seus direitos: a COPERREDE - Cooperativa Regional de Prestação de Serviços e Solidariedade. Desde o dia 28, dia da abertura do evento, cerca de 50 pessoas entre camponeses, professores, técnicos, assessores e comunicadores se reuniram na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Lucas do Rio Verde para participar de oficinas de formação, fazerem os ajustes finais e elegeram a primeira diretoria da nova Cooperativa.

Oficinas reuniram cerca de 50 pessoas entre técnicos e lideranças locais






Como de costume, Nilfo Wandscheer, presidente do sindicato de Lucas do Rio Verde, abriu a reunião relembrando a história das lutas junto aos assentados e as conquistas obtidas na área de influência da Rodovia BR-163. Ele chamou atenção para o fato de que os projetos socioambientais desenvolvidos na região surgiram após muitas reivindicações da sociedade para que, além do asfaltamento da rodovia para escoar a soja, houvesse investimento em inclusão social e sustentabilidade. Nilfo enfatizou que só organizados e articulados os trabalhadores podem resistir ao modelo do agronegócio que privilegia poucos, concentra renda, explora a mão de obra de trabalhadores e destrói os recursos naturais.


Vitor fala de REDD
Desde a abertura, o clima geral entre os participantes foi de alegria e camaradagem, mesmo entre os participantes que chegaram de várias partes do estado e do país. Letícia Campos, jornalista do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) nacional, é uma delas. Ela veio de Brasília, e explicou aos convidados que o GTA é uma rede de comunidades da floresta que reúne 602 entidades em 9 estados da Amazônia Legal em defesa da sustentabilidade. Assim como Letícia, Vitor Mamede, também atua no GTA e é gestor operacional do Observatório do REDD – Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal. Vitor explicou durante a oficina que ministrou, que as consequências do aquecimento global já podem ser amplamente observadas no mundo todo e que a redução das emissões de carbono se torna cada vez mais uma questão de sobrevivência.



Entre os presentes, um dos mais participantes foi Altamiro Stochero, um sujeito calmo e de aparência simples. Após anos de luta ativa junto ao MST (Movimento Sem Terra), ele vive no assentamento Terra de Viver, no município de Cláudia, onde também é presidente da Cooperativa de Produção, Agroindustrialização e Comercialização Terra de Viver. Ele ministrou uma oficina sobre Comunicação Comunitária, para ajudar a resolver um problema crucial dos camponeses: a dificuldade de comunicação em assentamentos isolados entre florestas e fazendas gigantes, localizados ás vezes à centenas de quilômetros dos centros urbanos mais próximos. Um problema de proporções quase tão grandes quanto a esperanças dos camponeses que, ao final do primeiro dia, ainda encontravam energia e disposição para cantar e comemorar o reencontro com velhos amigos e viver um momento de esperança e solidariedade.

O som da viola anima a noite.




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